Para quem é alfabetizado e não apresenta dificuldades como dislexia, o ato de ler acaba sendo algo cotidiano e que fazemos corriqueiramente. Mas por que damos tanta importância ao ato de ler? Será que é apenas uma ferramenta para facilitar nosso dia a dia ou há algo mais?
Primeiramente vale destacar o que significa ler. Segundo Paulo Freire, há a leitura de vida, aquela que vem da compreensão de tudo o que se vive. Ele chega a criticar o desvencilhamento que muitas vezes acontece entre a leitura vista como o ato de compreender palavras escritas e a de vida:
“Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes “leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que às vezes temos do ato de ler.” Paulo Freire, 12 de novembro de 1981.
Assim, não basta entender o ato de ler como a compreensão dos signos advindos das letras em conjunto. É necessário pensar também no contexto social daquele que lê.
Sem deixar de pensar no ato político por trás do ato de ler, a compreensão de conjuntos de palavras que vemos ao ler um texto tem uma importância diária, de compreensão do mundo além do que está em nossa comunicação oral. Só nos damos conta de o quanto não saber ler nos faria falta quando estamos diante de uma situação em que é como se não soubéssemos ler, como por exemplo ao visitar um país que cuja língua não nos é familiar. Mesmo que haja alguém que traduza para nós, não ser capaz de entender um jornal ou pegar um ônibus apenas pelo letreiro do mesmo nos faz refletir ainda mais sobre a importância de ler.
Portanto, o ato de ler tem sua importância nas atividades diárias e no contexto maior de vida. Interagir com o texto e trazer significado ao dito e ao não dito nos faz cidadãos mais inseridos na sociedade.
Texto de Lea Veras